A dilatação endoscópica, como o nome indica, tem como objetivo dilatar segmentos do tubo digestivo que tenham o seu calibre reduzido (denominadas estenoses). Esta diminuição do calibre habitual pode resultar de alterações do desenvolvimento do indivíduo (causas congénitas), de doenças naturais (neoplásicas e não-neoplásicas) ou devido a intervenções médicas (causas iatrogênicas).
A abordagem endoscópica depende, necessariamente, da localização do “aperto” ou estenose, podendo optar-se, por exemplo, por uma endoscopia digestiva alta no caso de estenoses do esófago, ou uma colonoscopia quando estamos perante uma estenose do cólon. Atualmente é também possível tratar estenoses em locais de acesso endoscópico mais difícil recorrendo a técnicas e acessórios especiais, como é o caso da enteroscopia para as estenoses do intestino delgado e da CPRE para as estenoses das vias biliares.
A dilatação propriamente dita é conseguida através da introdução de um pequeno balão ou de um dilatador rígido após colocação de um fio-guia através do endoscópio.
A preparação necessária vai depender da abordagem endoscópica escolhida.
Visto tratar-se de uma técnica invasiva com potencial de causar hemorragia, será necessário em alguns casos suspender a toma de alguns medicamentos que interferem com a coagulação.
Muitas vezes as dilatações endoscópicas são efetuadas sob o efeito de anestesia, pelo que nesses casos poderão ser exigidos alguns exames e avaliação em consulta de Anestesiologia.
De uma forma não exaustiva, apresentamos de seguida algumas indicações para dilatação endoscópica, divididas por segmentos do tubo digestivo:
Para além das contraindicações da via endoscópica escolhida, também existem algumas contraindicações relacionadas com a dilatação propriamente dita, nomeadamente a incapacidade de fazer passar um fio-guia através da estenose , a dilatação de anastomoses cirúrgicas recentes ou a presença de uma perfuração.
Também está geralmente contraindicada a dilatação de lesões com hemorragia ativa ou em doentes com risco aumentado de hemorragia.
Para além das complicações inerentes à abordagem escolhida, existem algumas complicações atribuíveis à dilatação propriamente dita e que podem ser potencialmente graves ou mesmo fatais, refletindo o carácter invasivo do procedimento.
A complicação mais frequente é a dor, com diferentes localizações consoante o segmento dilatado. A dor é habitualmente transitória e facilmente controlada com medicamentos.
Outras complicações importantes pela sua gravidade são a hemorragia e a perfuração. Geralmente estas complicações são resolvidas com técnicas endoscópicas ou terapêutica médica conservadora, mas, em último recurso, poderá ser necessário realizar uma cirurgia de urgência.
Se o exame for realizado com sedação ou com anestesia há riscos específicos associados aos medicamentos utilizados nestas circunstâncias.
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